Doce história de uma violeta
Meteu-se dentro da terra
Uma sementinha preta...
Ai violeta!
Dessa semente se ergueu
Uma haste devagarinho...
Ai violeta!
E pequenina nasceu
Uma folha redondinha...
Ai violeta!
Depois num abrir mansinho
Nasceu uma flor quase preta...
Ai violeta!
Não era preta mas triste,
tão triste e tão perfumada...
Ai violeta!
Esconde-se a folha orvalhada
pelas lágrimas da manhã...
Ai violeta!
E pela tarde o sol-pôr
leva-lhe a cor de poente...
Ai violeta!
E pela noite morreu
a olhar um piorilampo...
Ai violeta!
Da pobre semente preta
Ninguém diga: ficou nada!
tão triste,
tão só,
tão delicada,
Ai violeta!
Matilde Rosa Araújo
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